segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Perto do fim, perto do começo...

Só mais alguns dias para que eu enterre velhas promessas. Mais alguns dia para ressuscitar antigas utopias.  Mais alguns dias para começar a contar mais 365 dias. Mais alguns dias para quem sabe, alem do ano a vida também mude de verdade! 
Dentro de alguns dias troco o calendario. 
E que 2009 traga um novo enredo e não apenas novos personagens!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal...

Para aqueles que se importam e comemoram a data: 
Feliz Natal!
Para os que como eu trazem a carranca paras as festividades da época: calma, calma, calma, que ano que vem tem mais! A vida é um eterno déjà vu.
Humanidade e seus hábitos estranhos...
 Foto: giumaiolini


sábado, 20 de dezembro de 2008

Festa surpresa

Talvez seja só mais um dia. Um dia sem importância. Um dia ordinário e normal. É só o meu aniversário, pensava ela. Mas é só mais um dia. Um dia. Mais uma nova idade.
Talvez não haja nada de especial em comemorar datas, receber presentes, ganhar atenção. Pensava ela. É só mais um dia. Um dia que fico mais velha.
Talvez esqueçam. Ou se lembrem. Talvez uma festa surpresa. Fantasia ela. E ela queria uma festa surpresa. Queria os amigos. Queria os presentes. Mas não queria os dias que a envelheciam.
Enquanto ela desejava os amigos, os presentes, a festa, o carinho, ele chegou em silencio e a surpreendeu com uma única rosa. Uma rosa branca.
-Pra você! Ganhei no supermercado.
-Quanta consideração!
Sem saber se sentia alegria ou tristeza pelo pouco caso, recebeu a rosa e tentou lhe entregar um sorriso de gratidão. Tentava decifrar se ele se esqueceu ou não do seu aniversario. E confirmou a certeza do esquecimento quando ele a convidou para comprar cigarro, relembrando a rotina de todas as tardes compartilhadas.
Foram caminhando pelas ruas. Cinco quarteirões. Minutos e minutos de conversa despretensiosa e provocações. Compraram o cigarro. Fumaram. Dois cada um. E resolveram esticar a caminhada para o shopping. Mais quinze minutos, e muitas conversações. Entregaram-se ao passeio, confidenciavam fofocas e segredos e brincavam de descobrir coisas e minúcias da vida alheia.
-Acho que são amantes, dizia ele.
E ela refutava com convicção de que eram namorados.
-Esses dois têm um filho.
-E uma filha. Um casal de gêmeos. Mas não são casados.
-Como você é chato! Para você, nunca ninguém é casado ou compromissado. Rapaz, creio que você terá muitos problemas com compromisso.
-Ah, como você me conhece bem!
Dividiram a tarde do aniversario dela entre conversas, pessoas, comidas e uma sessão de cinema que ele escolheu, pois duvidava do gosto cinéfilo dela.
Quando começava anoitecer resolveram voltar para casa. Meia hora de caminhada e mais brincadeiras e confidencias. Ela já começava esquecer que era seu aniversario, quando ele a parou pelo braço e lhe entregou uma caixinha.
-Feliz aniversario.
-Pensei que tivesse esquecido!
-Que nada! Gostou?
-Gostei. E como gostei. Eram os brincos que eu queria, como você sabia?
-Sempre sei! E também porque você não fala de outra coisa a pelo menos uma semana.
Ela riu. E ele retribuiu o sorriso.
Talvez ele se importe, pensou ela. Talvez ele também sinta! E esqueceu da vontade de ter os amigos, a festa. Faltando uns dois quarteirões para alcançarem o edifício onde moravam ele interrompe a alegria infantil dela e lhe confidencia que não poderia ficar para a festa surpresa que prepararam para ela.
-E não diga que lhe contei da festa!
-Mas sacia minha curiosidade, por que você não ficará para minha festa surpresa?
-Vou sair com Eliza. Você entende né?
Era só mais um dia. Mais uma nova idade. Uma data comemorada no pedaço da rotina de ser a eterna melhor amiga.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Como sei amar

Sinto muito, mas é assim que sei amar. Com muita intensidade. Com muita vontade. Com muito excesso. Experimentando sempre o primeiro encontro, o primeiro beijo, o primeiro toque.
Sei amar apenas da forma cinematográfica, distribuindo sorrisos e surpresas pelas tarde. Torcendo pelo fogo inesperado, e sempre desejando a palavra mais clichê dos apaixonados.
Preciso sentir a pele, o cheiro o desejo. É  o corpo que transforma aquela sensaçãozinha no meu desejo de paixão adolescente. É por aquela sensaçãozinha de quem sente o amo que incremento novas rotinas e pessoas na minha vida.
Só sei amar da forma mais obvia da vida. Sentindo tudo potencializado no corpo da alma gêmea.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Qualquer coisa que não eu

Não posso ser o que querem! Não posso dar o que desejam. Não posso.
E seria tão mais simples e fácil seguir a receita alheia. Seria tão mais pacifico. Seria qualquer coisa que não eu. É da minha natureza ser um turbilhão indomável e inconseqüente. E não posso alterar a natureza.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

É muito o que não sei

Perdi as palavras. E isso não é normal. Mas o impacto, a surpresa do momento transformou toda minha certeza em... em... não sei o que.
A sua imagem na TV. A sua declaração, O seu nome. As suas palavras.
Não sei o que pensar. Perdi a linha quando sua voz entrou nos meus ouvidos. Perdi as sensações quando escutei o nome. E eram declarações que em nada me atingiam, que não modificariam minha vida. Contudo, era você. Era você.
E sempre foi você que me transformou na boba inerte. Sempre você me fazendo perder as palavras.
Dentro daquela caixa da ficção você veio e me tirou do meu mundo. Me deixou com uma incógnita pela manhã. 
Sua imagem e eu perdi todas as minhas queridas palavras. No susto. No silencio. Na aflição percebi a falta da sua aliança. O que eu ainda não sei?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sou pelo que desejo

Se te deixo falando sozinho não é descaso, apenas tenho outro foco.
Se me atraso não é desrespeito, apenas não sei contar corretamente o tempo.
Se caminho sem rumo não significa ausência de plano, apenas preciso de surpresas pelo caminho.
Paixões e vícios são minhas tatuagens eternas. E preciso das marcas para sentir a vida.
Toda a minha esquisitice é relativa. Alguns insistem na falta de educação, outros entendem a personalidade complexa, outros tantos desejam meu enterro. Mas sou pelo que quero. Sou pelo que desejo. Sem desfecho ordinário. Sem seguir qualquer roteiro.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ensaios

Sonhos em pedaços. Amores superficiais. Emoções fingidas.
Não há problema em experimentar a vida pela metade. No entanto, a media é apenas uma forma de sobrevivência de mentes pequenas e assustadas que enterraram o melhor da sua existência à frente do inesperado. 
Alguns esquecem que é na surpresa, no improviso que a vida acontece. E assim, permanecem em um eterno ensaio, sempre tentado adestrar a vida.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Viver é...

Somos um pequeno objeto que quando empoeirado cede espaço ao plástico mais novo e brilhante. E quando menos se percebe eles já sonham os nossos antigos sonhos, e vivem nossas antigas memorias.
Viver é um processo tão repetitivo...
A todo dia descubro que envelhecer é esquisito e obvio demais!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Não resisti

Não pude evitar. O coração disparou e quando percebi já não havia o que fazer.
Bastou escutar a voz, sentir o cheiro, conhecê-lo.
Foi como lutar vislumbrando a derrota. Mas nada melhor do que perder a batalha para a paixão. 
E eu não resiste. Ela me invadiu por completo, me deixando com as tardes ansiosas e o pensamento leve. 
Agora canto o nome dele a todo o momento!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mea culpa

Alguns amores, alguns amigos, algumas lembranças, invadiram meus pensamentos. Retornaram daquele meu passado assustado inquirindo sobre sonhos, magoas e desgostos. E através de um processo inquisitivo me cobram pela inércia, pelo abandono do sonho. Me questionam e não aceitam as desculpas que lhes forneço. Exigem reparação, argumentam que não toleram a desistência, incompreendem tamanha resignação.
Insatisfeitos com as justificativas gritam: Foi você quem os matou pelo caminho. Foi a sua negligência que fez os sonhos ruírem. 
Me imputam a culpa. Não há defesa. Jogam na minha cara todas as justificativas frouxas que usei e dizem que não partirão enquanto não houver reparação.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Arrependimentos

Dia desses me perguntaram do que mais me arrependo por não ter feito esse ano. A resposta foi difícil, afinal me arrependo de não ter feito tanta coisa (longo suspiro).
No entanto, meu maior arrependimento não é bem um arrependimento. É mais um enquadramento compulsório às formalidades do cotidiano. É aquela sensação que pula na garganta quando se tem que segurar um Vá a merda por pura educação! É o não poder falar o que se pensa. É o ter de agir dentro daquele limite estabelecido por um critério babaca e burocrático. É ter que relevar pessoinhas por mera formalidade. 
O arrependimento chega ser mais uma percepção do meu adestramento para a vida.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No nosso tempo

Não entendo essa necessidade em se estabelecer medidas, em quantificar amizades e sua duração. Não entendo! 
Tudo precisa de números, de regras, de contagem?
Qual a relevância em dizer faz seis anos que nos conhecemos? Faz três anos que nos formamos? Faz dois anos que namoramos? Tenho um milhão de amigos? E daí? Qual o significado desses números? 
Talvez apenas ocultem a nossa fragilidade, apenas demonstrem nossa carência. Se eu não medir, não estimar, como saberão da importância que fazem na minha vida?
Nesses anos, nessas amizades, com os amores, não foram os números que mandaram, foram os sentimentos. E esses, não conseguem ser quantificados, são vividos.
O melhor da vida é muito breve para medidas exatas.
Pensando em números, no tempo, na vida, nas pessoas, nas saudades e nas ausência... porque final de ano é tempo de reencontro. 
Surpresas e desgostos sempre apontam no meu horizonte nessa época.

domingo, 30 de novembro de 2008

Coisinha e seus suspiros

Apelidinhos "carinhosos". 
Gentilezas "espontâneas". 
Surpresas "despretensiosas". 
Elogios "sinceros".
Ah, "o amor"! Quanta coisinha besta  e exigente cabe naquele suspiro!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Quem pode, pode

Quem pode, pode. Quem não pode, é que se fode!
No fim do dia eu realmente penso assim. Mas pela manhã já acordo perseguindo as minhas velhas utopias. Pronta para quebrar posturas intransigentes e mesquinhas.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Na minha ilha

Pouco tempo. Muita leitura. Muito desanimo. Pouco descanso. Mas mesmo assim eu gosto.
A faculdade tem me proporcionado algumas reflexões. Muitas! Porem pensar tem me conduzido para uma vontade enorme de viver em uma ilha, isolada, eu e mais nada. 
Estressei com as pessoas. Falta bom senso! Falta respeito! Faltam pessoas que sejam de verdade!
Estressei com os orientadores que agora pressionam, pressionam e ao final dizem: você percebeu que sobrou duas folhas para serem preenchidas! OK, percebi, mas faltou tempo, e desde quando quantidade suplanta qualidade? Pensei, mas não disse. 
Não entenda mal, gosto do que estou fazendo, no entanto há momentos que bate o desanimo mesmo. Fico sentindo que por mais que eu faça, por mais que me esforce, nada é o bastante. E isso desestimula. Me  trazem questionamentos, reflexões, e a pergunta: mas vai valer a pena? 
Vem as tristezas, as incertezas...que inevitavelmente passam. Mas antes vem a vontade de viver na ilha. Sozinha. Naquela pausa onde consigo perceber minhas reais necessidade, perceber a minha vida.
Seria bom recuperar o folego para depois voltar para a rotina mundana que me cobra pelo relógio, pelas notas, pela eficiência do trabalho. Seria bom um descanso na ilha.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Na falta da sua atitude

O que eu esperava?
Nada. 
Mentira. 
Esperava que você lutasse, que tentasse, que reconquistasse, que não desistisse... Mas nada. Você fez foi é nada!
Sem atitude. No silencio. Apenas fez de conta que não existiu. Nada.
Dono de uma inércia apática abriu mão, talvez, do melhor romance que poderíamos colecionar. 

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eliza

Seus passos eram automático. Seguia a direção que tão bem conhecia: o caminho para a casa depois do curso de inglês. Uma rota que pela primeira vez fazia sozinha. Ele, sem razão nenhuma faltou do inglês.
Ela, com os pensamentos correndo soltos, mal via a hora de encontrar com ele. O vizinho, que desde a noite anterior habitava seus pensamentos, por causa daquele beijo.
Transpirava ansiedade e nervosismo. Cada passo transformava a esperança em aflição. A medida que a distancia se encurtava mais o coração disparava.
Seria a primeira conversa. O primeiro olhar. A primeira impressão após o primeiro beijo.
Se beijarem, e agora ele já sabia. Tinha que saber. Aquela explosão pela madrugada era uma declaração escancarada do quanto ela o amava. Impossível ele não saber. E em cinco minutos ela saberia, esperava saber, o que eles seriam.
O coração acelerou quando alcançou a entrada do edifício. A disritmia disparou logo que esbarrou nele. E a tristeza calou as palavras quando ela percebeu quem era a companhia dele. 
A razão da ausência no inglês chamava-se Eliza. Uma loira. Magra. Bem vestida. Cheirosa. E que educadamente foi apresentada à melhor amiga. 
Já na primeira impressão, Eliza, era tão odiada.
A nova companhia despertou os ciúmes, a raiva, a incompreensão. Temeu que os beijos sonhados agora seriam da outra. Com e pelo medo, colou nos dois como um cão de guarda, uma sentinela. 
Enquanto ele se divertia com Elisa, ela pouco a pouco desaparecia. O olhar cheio de brilho rendeu-se a tristeza, e após todo aquele masoquismo sentimental percebeu que carregar o fardo de melhor amiga era injusto para seu coração.
Desistiu daquela tortura, da tentativa da conversa do pós beijo, da esperança, e foi-se para casa. 
Machucada, magoada, e crente que nunca se recuperaria, culpava Eliza que lhe roubou o olhar negro, a atenção e a risada do seu menino, a deixando apenas com o título de melhor amiga.
Não queria a amizade. Não queria ser invisível. Queria ser Eliza. Queria que ele soubesse, que desvendasse seu olhar, que entendesse que era amor.
Mas o menino perdidamente deslumbrado por Eliza, insistia em te-la apenas como melhor amiga. 
O menino preferia a segurança proporcionada pela melhor amiga a saber e entender o que realmente sentia.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Desafio atual

É tanto passado se fazendo presente. Uma confusão temporal na minha mente que tira todo o sono.
Aquilo que não era, hoje é. O eu te amava agora usa eu te amo. E distinguir essas emoções é um verdadeiro desafio para essa cabecinha instável.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os meses do casal

Numa sexta feira à noite se conheceram numa sala de bate papo. Passado trinta dias das trocas de mensagens decidiram que era hora de se encontrarem.
Dois meses depois, completamente apaixonados, decidiram se casar.
Três meses, e ele vendeu a moto e deu entrada num apê de dois quartos. Ela vendeu o carro e completou na entrada, mas só na metade, a outra parte comprou alguns moveis.
Quatro meses, e apresentaram-se aos amigos. Contaram as novidades. E declararam que gravidez não era motivo do casório.
Cinco meses, e ele esqueceu da outra. E ela o outro. Amavam-se todo dia no fim da tarde. Conversavam e confessavam o ódio aos respectivos empregos, aos chefes, aos horário, e fizeram planos para um negocio de estamparia após o casamento.
Seis meses, e programaram a festa. Perceberam que o dinheiro era curto e por isso festa apenas para os mais chegados. Sem saber, perderam alguns amigos pela gafe, mas quando descobriram não se importaram.
Sete meses, e começaram distribuir os convites. Quem os recebia confirmou que gravidez não era o motivo do casório. Mas continuavam sem entender o porquê do casamento daqueles dois. Ela e ele, para todos não combinava. Ninguém entendia a pressa. Ninguém entendia a vontade.
Oito meses. Despedida de solteiro. Chá de cozinha. Presentes. Enxoval pela metade. Novos planos para lua de mel.
Nove meses, e se casaram.  O Sim diante dos amigos que sobraram, dos velhos amores que não se conformavam, da família aliviada. Festa para cem convidados, e lua de mel em Gramado.
Um mês de casado, e ele vendeu o bar, ela pediu demissão, e deram inicio a estamparia.
Dois meses. Novos empresários. Pouco dinheiro, muito trabalho. O casal cansado no fim da tarde, pela noite, e esquecendo as razões dos finais de semana.
Três meses, e o dinheiro ficou escasso. A irritação tomou o lugar dos apelidos carinhosos. É só trabalho, trabalho, trabalho.
Quatro meses, ele pensa na outra, e ela no outro. Entre os olhares surgem os pensamentos "Por que me casei com ele?", "O que vi nela?", "O que faço agora?”, "Não sou feliz!", "Não somos felizes". E o arrependimento é constante.
Cinco meses, e ele se encontra com a outra. Não resistiu, meteu-lhe um beijo na boca, jurou amá-la e implorou uma miséria de carinho. Ela lhe cedeu apenas um tapa na cara.
Seis meses, ela ligou para o outro, pediu que se encontrassem, reclamou da vida, do marido, e da saudades dos corpos entrelaçados. Ele a chamou de vagabunda e pediu que não o procurasse.
Sete meses, a estamparia vai mal, as parcelas do apartamento começam a atrasar, estão sem carro. Esqueceram o amor, perderam o respeito. Querem voltar para a casa dos pais. Querem voltar o relógio. Querem se separar.
Oito meses, e perceberam que não conseguem mais brincar de casinha. Ele procurou o amigo advogado. Ela procurou a mãe. No fim do mês colocarão um ponto final numa historia que nunca deveria ter começado. Eles não combinam. Não se amam.
Nove meses. Perceberam que casaram para atropelar a solidão e afastar a tristeza dos amores mal resolvidos, mas os efeitos matrimoniais pretendidos não deram resultados. Assinaram os papeis da separação e os pais se responsabilizarão pelas dividas do já separado casal.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Interpretações

A conversa entre eles era tão fácil. Solta. Espontânea. Não necessitava entender as entrelinhas. Era aquilo e apenas aquilo, sem segundas interpretações.
Mas num dia qualquer o inesperado aconteceu. Daquele vocabulo neutro nasciam outras conversas e outros entendimentos. Os dialogos perderam a transparencia. E o dizer por dizer já não era mais um simples dizer. Tinha sempre reticencias no final dos paragrafos, e tudo isso porque ele se apaixonou por ela. 
E a paixão forçava uma segunda interpretação das conversas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Escuto o mundo

Seleciono as minhas verdades.
Divido as palavras entre o é e o não é.
E o que me convém, mesmo que mentira, será a minha verdade.
A tradução das frases é tendenciosa, com o único proposito de me agradar.
É assim que escuto o mundo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sorriso solitario

Meus romances não passam de uma construção imaginaria. Historinhas medíocres que fantasio na tentativa de evitar a solidão. 
Reflito em outras faces apenas aquilo que me satisfaz. E quando, durante a revolta do espelho a verdade surge, percebo que minha luta egoísta para o final feliz é em vão. 
Não há como manter o feliz em um romance inventado. O sorriso, nesse caso, é sempre solitário.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Efeito das palavras

Se antes suas palavras me faziam mal já não fazem porque aprendi a ignora-las. 
Descobri que não sou monstro, fria, calculista, uma apreciadora do desprezo, da humilhação. Tudo isso era mentira que você me fez acreditar ser verdade. 
Com o tempo, com a humilhação, ganhei casca e descobri como ignorar seu discurso. Demorou, mas aprendi a ignorar aquelas palavras que me torturavam diariamente. 
Posso até ter ficado com marcas, mas hoje, suas palavras são apenas palavras jogadas que nada significam. Já não me atingem. Já perderam o efeito.
Hoje, sua pretensa superioridade foi embora junto com meu respeito a você. Hoje, nenhuma daquelas palavras me arrancam lagrimas.           

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Em comemoração

To querendo a tua boca como premio para comemorar minha alegria infantil.
A vida, em raros momentos me presenteia com o melhor sorriso do planeta, e eu aceito e retribuo com meu impulso de querer viver. 
E querer viver também significa querer sentir você, por isso te atacarei com muita fome reclamando meu premio.
 

domingo, 2 de novembro de 2008

Falta de autenticidade

A proximidade à sua pessoa me conduziu ao inevitável: a decepção. De perto você é tão tradicional, tão normal. E foi essa normalidade que destruiu minha fantasia. A rotina dos seus gestos, a sua fala roteirizada, o ensaio eterno para a dança...tudo tão planejado! 
É a convivência que mata. Mata a surpresa, o inesperado, a adoração à personalidade. Conhecer a sua falta de impulso, a  ausência da coragem em rasgar os planos e improvisar, foi a decretação do fim.
Sempre me canso de pessoas que são apenas mais um rosto entre a multidão, que nunca se destacam, que apenas procuram se igualar e atingir o patamar da normalidade. Que precisam de metas para alcançar o futuro, que precisam de receituário. 
Isso me cansa, me aborrece. E me cansei de você, simplesmente porque falta autenticidade. Porque lhe basta seguir os mesmos passos diariamente.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Aqui a Justiça é ficção

Dada a minha experiência aprendi que o tal do Código de Defesa do Consumidor é uma mera ficção jurídica! Um livrinho que traz no seu corpo tudo aquilo que alguns estabelecimentos não deveriam fazer, e mesmo assim fazem, e os famosos direitos que nós como consumidor teríamos e que poucas vezes são respeitados.  
Um livro a deriva numa ilha de analfabetos!

Minha revolta e desgosto com nossa legislação vem realmente da minha experiência, pois não houve uma vez na qual evoquei alguns daqueles preceitos, que fui respeitada ou que meu problema foi solucionado.  Geralmente é desrespeito total. Fico completamente desamparada, e se quero alguma solução devo busca-la via judicial, ou através do Procon.  Onde a sensação de desamparo ao invez de desaparecer transborda.

Dependendo do valor a dor de cabeça é muita e não compensa os encargos de um processo. Tudo bem que no Juizado Especial não há necessidade de advogado, mas até a audiência ser marcada (aqui na roça leva quase um ano) mais o gasto com xerox e papelada em geral, já são razões suficientes para desestimular qualquer um. 
O Procon, mesmo que auxilie muitas pessoas e obtenha sucesso a nosso favor, tem me despertado uma grande furia, pois aqui, atende mediante distribuição de senha, e como a demanda é grande a espera também é. E isso transforma-se em mais uma razão para querer mandar tudo a merda! 
Ou seja, em ambos, alem de cultivar a raiva deve-se cultivar a paciência, e esperar, e esperar, para quem sabe daqui um ano o problema possa ser resolvido. 
Essa demora resulta numa aparente injustiça. A sensação de que não vale a pena, que as "coisas" não se resolvem. Que vivemos num pais sem lei. Que a justiça não é para todos.


Tudo porque aqui na terra Brasilis a justiça é uma ficção, que existe em pedaços entregues sempre para degustação tardia. E ai, o judiciário entrega "o direito" perecido!

domingo, 26 de outubro de 2008

Você é meu vicio

Essa taquicardia instalada no meu peito é fruto da ignorância que você me cede diariamente. 
Será que custa muito abrir uma frestinha e procurar meus olhos? Custa muito permitir que eu vislumbre por mais alguns segundos sua adorável personalidade? 
Tudo isso é pouco para você, então deixa a porta aberta porque me faz um bem danado te observar.
Por favor, me dá só mais alguns instantes de você. Eu preciso. Eu já disse, você é meu vicio!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Liberdade

Liberdade. Liberdade. Liberdade.
Pode até não ser plena.
Pode ser uma condução velada. Uma construção ficcional.
Mas ainda que seja em pedaços, faço que meu espaço seja livre dentro dos seus limites invisíveis.
E isso, a liberdade aparente que adotei, tem confundido muitas cabeças. 
Cabeças que costumam ditar procedimentos, etiquetas, e que não conseguem entender a essência da liberdade. Entender que o ser é livre da exigência de padronização. 
 

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nosso platonismo

Está pregado no meu pensamento. O seu nome. As suas palavras. Você.
Meu tempo agora é seu. O que penso é você. 

Perdida, inconformada com o não saber. Maldita indiferença! E só penso: Seria possível me apaixonar pelas suas idéias, pelas suas frases, pela sua imaginação? 
Seria? 
Eu não te conheço. O cara a cara nunca existiu e pelo caminhar nunca existira. No entanto, já estou tão apaixonada por essa sua personalidade. Essa personalidade que traduzi dos seus textos, que me deixou, assim, boquiaberta te querendo. E querendo mais, sempre mais. 
Degusto das suas palavras para te amar. É um vicio já. Diariamente preciso das suas doses. É assim que te amo. Consumindo suas idéias, seus momentos, suas narrativas.
Me diga, é possível te amar assim? Um rosto sem face, mero modelo descritivo?
Não encontrei nenhuma maneira de extrair da minha imaginação essa paixão. Nesse plano mental sou completamente, perdidamente apaixonada. 
Uma romântica apaixonada, é o que sou.
Mas eu não te vejo. Não te sinto. Sinto, mas não é palpável. E te consumo em desespero.
É possível? 
É o que isso?
Platonismo textual? Intelectual? O que? 
Minha personalidade precisa de respostas, mas tua tradução não me diz nada. É sempre silencio. É mais do que ausência. 
 
P.S: Sim. É para você mesmo!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O orgulho

É no meio dessa confusão, desse atropelo de pessoas, de ruído de conversas que percebo os sentidos daquelas frases. Aquela conversa descabida, despretensiosa e confusa que cresceu no nosso espaço e me acuou. Aquela violência verborrágica que me tirou o sono e a paz, para depois me expulsar junto com a ignorância.
Foi somente quando passou horas e os dias vieram que compreendi o que tudo aquilo significou. Era apenas medo. Medo que se fantasiou em maldade. Se transvestindo e  tentando encobrir o quanto pavoroso era imaginar a possibilidade da mudança. 
Era o medo o motivo do ataque. 
Suas razões. Seus motivos. Seus medos. E a conclusão de que era melhor conviver com o orgulho. 
Demorou, mas eu entendi. Precisei da multidão. Do barulho de outros pensamentos. De outros amores. Mas entendi.  E o momento se perdeu, ficou apenas na memória daquelas palavras brutas que não deixaram espaço para volta. 
Agora só cabe o orgulho entre nós.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Menti descaradamente e acabei adquirindo o péssimo hábito de crer que mentiras sinceras machucam menos. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Eles mudam de opinião

Não sei quando nasceu esse rancor que sobe e desce no meu peito. Tenho a impressão que de tão velho já calcificou na minha carcaça se tornando mais uma parte do meu ser. Parece que impregnou na minha personalidade.
Não sei o que me fez cultivá-lo por tantos anos. Se a necessidade, ou se o usei como defesa e agora ele sou eu. Apenas sei que ele vive e guia minha vida e eu tento esconde-lo, amenizá-lo para os outros olhares. No entanto, ultimamente não importo mais em oculta-lo. O deixo livre aos olhares assustados daqueles que me julgavam um doce. 
É sempre uma "surpresa" quando eles mudam de opinião.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Numa dessa centrais de atendimento

Numa tarde de muito calor. Em uma central de atendimento qualquer. Um funcionário qualquer recebe a mensagem:
Conforme o Código de Defesa do Consumidor, ninguém será obrigado a receber ou manter um serviço que não solicitou. Contudo, parece pratica comum desse estabelecimento não atentar para alguns preceitos da nossa legislação, afinal, meu marido falecido há dez anos, recebeu na residência na qual nunca habitou, um cartão de credito que nunca requisitou.
Na minha ignorância de boa brasileira prestativa, entro em contado pelo canal de atendimento. E após minutos infindáveis, não consigo falar com qualquer que seja, para informar que a tal pessoa não precisa de nenhum produto, muito menos um cartão, e que o atestado de óbito foi entregue a tempo oportuno para que todos os dados e obrigações da pessoa fosse extinto junto a esse estabelecimento. Afinal, reza nosso Código Civil que  a morte põe a termo não só a vida, mas muitos dos direitos e deveres da pessoa (obvio!).
É mais do que evidente o que quero dizer através dessa simplória narrativa! No entanto se presumi errado, vai ai um resumo:
1-SE NÃO SOLICITEI NÃO ME ENVIE!
2-GENTE MORTA NÃO PRECISA DE CARTÃO
3-NÃO VOU ME DESLOCAR PARA RESOLVER UM PROBLEMA QUE NÃO É MEU, E SIM DE ALGUM FUNCIONÁRIO QUE RESOLVEU RESSUSCITAR O DEFUNTO!
Mais rápido que uma bala o funcionário resolveu o problema do milagre e novamente enterrou o defunto. Dessa vez definitivamente. Pelo menos, é o que se espera.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem fala?

-Alô!
-Aqui é da Central de Línguas, com quem falo?
-Com quem gostaria de falar?
-Tanto faz. Quem fala?
-Tanto faz eu não querer falar?
-Heim?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Momento meu fim de semana

E era feriado. E o que seria tempo para o descanso se transformou em uma viagem, mas não a prazer. Então que eu coloquei na mala o ego, o id e o alter ego, e saímos da roça rumo a capital. Levei comigo algumas frases: Cuidado para não se perder! Presta atenção no seu ônibus!  Não perde o celular! Se não sabe chegar pergunta, não tenta adivinhar! Porque eu que não possuo noção de direção nenhuma, e tenho a cabeça frouxa, me perco com muita freqüência,  e escuto muito tudo isso.
Sábado pela manhã, chego na capital e vou pra Barra Funda. Simples, fácil, sem demora, e sem surpresa. E eis que vem o domingo, e lá vou eu pra minha provinha.  
O impensável acontece! 
Qual a probabilidade de uma pessoa sair da roça e ir pra São Paulo fazer prova, e na sala, precisamente na carteira da frente, sentar-se a noiva do homem do seu passado tenebroso? 
Exato! Tratando-se da minha pessoa, a probabilidade era altíssima mesmo!
Ela, toda simpática, alheia a quem eu era. E eu toda amistosa, até o momento sem saber quem era a fulana, numa conversa animada, até que vem o nome, sobrenome, RG, e endereço do fulano. Fiquei verde, e ela ficou na ignorância, mas me contou tudo sobre eles, e que pretendem voltar para o interior logo logo. Teve um momento que eu até pensei que estava fantasiando aquele situação, mas não, era real mesmo.
A prova acabou. A surpresa também. Minha cabeça ferveu e eu fui me perder em São Paulo, apenas por força de hábito.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Domaram a fera

O quarto já foi preto. As unhas vermelhas. Os cabelos loiros. Hoje, as cores são outras, temos o branco como uma constante, cores clássicas adornando as mãos, e um corte tradicional  com o brilho do castanho claro. Tudo tão básico, clean e normal. 
E enquanto eles pensam que domaram a fera finjo que me dobrei as convenções sociais. Mas se olhar cuidadosamente verá que a fera ainda está lá, a espreita, pronta para dar o bote e se revelar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Esperando por ele

Ela esperou por muito tempo que aqueles braços a envolvessem. Esperou pelos beijos, pelo carinho, pelo conforto, pela atenção. 
Pacientemente admitiu a amizade e escondeu o amor por anos. E quanto mais o conhecia, mais o amava. Os dias passavam e aquela afeição dos inícios dos anos cresceu e cedeu a vez ao amor. 
Ela calava o sentimento, mas o seu coração sempre cantava quando o via. Foram quatro anos de tentativas de ocultação, de segredo, prostrada ao lado dele, sempre presente, sempre o amando, sempre na ignorância, sempre esperando. Esperou, até que um dia, ele percebeu de onde vinha o brilho daquele olhar. Esperou até que ele correspondeu. E passados oito anos do primeiro olhar, passados quatro anos do primeiro beijo, a espera chegou ao fim. Ele lhe deu o braço, os beijos, o coração e a frase dos apaixonados.

Modelo clichê

Você é tão clichê! Mas o que me encanta é justamente isso. Essa sua forma extremamente romântica de amar e ver a vida, seus diálogos recheados de palavras obvias, mas que são tão verdades. Gosto disso. Gosto do seu modelo clichê porque nele também cabem algumas surpresas.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Nova Formula

Meu desequilíbrio mental e minha instabilidade emocional atingiram o ponto máximo esses dias. 
Eu não gosto de rotina e por isso mesmo tolero muito bem qualquer tipo de mudança. Alem de tolerar me adapto com muita facilidade. Mas, mesmo assim, sou completamente inflexível na alteração de algumas coisinhas, e não abro mão de meia duzia de procedimentos e produtos que há anos estão presentes no meu dia a dia. Entre um desses produtos está meu precioso tablete de chocolate Alpino, que deve ser consumido logo após ao almoço quando antevejo tempestade. 
Aquele sabor todo peculiar "dos Alpes" sempre fizeram meu dia um pouco menos cinza. Esse habito e outras coisa, que agora são irrelevantes, são medidas compensatórias à pequenos dissabores diários. Mas minha paixão por  esse chocolate e toda minha estabilidade foi alterada no dia que apareceu uma tal de "nova formula" gravada na embalagem vermelhinha do Alpino. E foi como um desencanto quando o primeiro pedaço adentrou a goela. Meu dia acabou, virou temporal. E a loucura se instalou na minha cabecinha. Os Alpes  sumiram!
De quem foi a brilhante idéia alterar aquilo que era perfeito e magico?! Provavelmente de algum ex ressentido comigo.
Detestei essa nova formula!
Agora combino Coca Zero e esse Alpino fajuto quando preciso de "impacto" na minha vida.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu te quero

Porque eu te quero. E não quero te magoar.
Já ouvi muito isso, e francamente, não consigo entender o que significa! E creio que nunca entenderei.

Solidão

É a ausencia da sua respiração que me fez perceber a falta que faz um outro corpo. Minha pele nua e o lado esquerdo da cama vazio me lembram a todo momento que a solidão é a dor mais violenta do mundo. E me faz perceber que estou só nessa cama que já foi nossa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

É porque eu gosto

Sou do tipo de pessoa que tem aversão à explicação. Não gosto de me justificar a todo instante, mas mesmo assim, sou impelida a explicações diárias. Nunca digeri bem a necessidade que têm de saberem o porque prefiro a cor azul e a preta, do porque prefiro rosas vermelhas, do porque gosto da noite, do porque amo dias de chuva, do porque gasto meus minutos com o por do sol. Tenho respostas para minhas preferencias que vêm resumidas na simplicidade do é meu gosto. Para mim isso basta. Eu gosto. Não vejo porque me explicar, justificar, de construir uma resposta com mais de duas ou três palavras, ou criar uma historia para o porque do que faço. Eu apenas gosto. E gosto do que sinto. E isso por enquanto me basta.
* Sim, a foto é minha.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olha e fala

Não precisa falar alto. Insinuar. Fingir felicidade. 
Não precisa tentar me vender essa mensagem de comercial de vida feliz. Se você falar que é feliz, pronto, basta, eu acredito. Mas olha na minha cara e fala. Não manda recado não.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Seu compromisso

A menina não liga para o que pensam. Prefere se divertir no fim de tarde entre gargalhadas e tentativas de colher uma manga rosada à importar-se com o transito confuso e barulhento ao lado da marginal, e com o julgamento dos demais.
Enquanto alguns se preocupam com horários, a menina prefere imaginar o sabor daquela manga. Seu único compromisso é com os prazeres da natureza. E os outros que desviem do seu caminho.

Preciso de uma maquina do tempo

Não reencontrei minha sanidade mental depois da reforma pela qual passou minha casa. Perdi completamente meu prumo e adquiri um novo vocabulário: cotovelo, curva, luva, luva de correr, plug, espaçador, estaca, massa forte, blablabla. E a unica coisa que desejo é encontrar uma maquina do tempo capaz de me levar naquele dia no qual a familia decidiu que a casa iria ser reformada. Eu chegaria gritando: PARAAAAA TUDO, a pedrerada vai fazer merda, nós vamos processa-los. E mesmo ganhando e recebendo, a raiva vai ser muita, muita mesmo.  O silencio vai demorar para reinar nessa casa! Então para! Desiste! Compra um barco que é melhor! Ou me manda pro hospicio porque eu quase não vou sobreviver. E se meus nervos ficarem comprometidos a paz de vocês vai pro espaço. Então PARA!
Ah, alguem precisa me dar essa tal maquina do tempo! Com máxima urgência.

 

domingo, 28 de setembro de 2008

Foi para o lixo

Arranquei que nem band-aid sua presença da minha vida. Agora você deixou de ser para não existir. Não me importa mais sua pessoa, seu nome, seu estado civil. Você não é mais amiga. Arranquei essa amizade que nem band-aid, doeu na hora, mas agora nem lembro mais, já foi para o lixo. 
Não estou para aqueles que selecionam em quais momentos devo estar presente. Ou é em todos, incluindo o riso e o amor, e por sinal, será que você sabe o que é isso? Ou que procure outro que lhe de ombro para o choro. Prefiro viver em todos a viver apenas um.

sábado, 27 de setembro de 2008

Custaria a fé

Como que uma confissão pode ficar guardada por dez anos? Aquelas letras, aquelas palavras, as frases, tudo silenciado por meses, ignorado?
Tradução de uma sensação amparada por um pedaço branco de papel. Um consolo momentâneo relegado ao esquecimento de anos. Como pode?
Um papel. Um punhado de palavras. Seus sentidos. Uma carta. Como pode o autor daquilo permanecer oculto por tanto tempo? Quanta covardia. Quanto medo de deixar criar vida aquele parágrafos, aquela tradução.
O que custaria para aquela pessoa revelar ao mundo aqueles sentidos, aquela confissão? Custaria tudo. Custaria a alma. Custaria a perda do orgulho. Custaria a fé.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Adotou o silencio

Aquele joguinho mental entre elas cansou, e agora adota como tática o silencio. Descobriu que esse é sua arma indestrutível. Foi assim, com base na ausência de palavras que inverteu os papeis entre torturador e torturado. Cansou daquele falso tom superior e agora deixa que ela fale a vontade. E quando percebe que a rouquidão irá nascer e o folego já se perdeu, lança um olhar tranqüilo, de quem vê paisagem, e pronto, é proclamada a vencedora. 
Já fazem dois meses que rugas só a outra possui. Já fazem dois meses que só a outra se afunda. Já fazem dois meses que descobriu que pode decifrar maravilhas nas palavras do silencio. Já fazem dois meses, que afastou a influencia negativa que rondava há anos sua vida, quando adotou a estratagema do silencio.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ah, o amor

Sentimento que nos faz fazer cada coisa besta! E mesmo assim, queremos a todos os instantes!
Ah, o amor! Grande suspiro! Grande emoção! 
Perdi o fôlego.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mudança de foco

Complicado quando se é visto pela lente da amizade, quando o que se queria era o olhar da paixão. Ainda assim, se sobrevive com a esperança de que o brilho do amor possa surgir naquele olhar. É uma espera dolorosa e eterna. Mas uma espera de mudança de foco com muita, muita, esperança.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sem instrução e sem abstração

Será que preciso falar ou você sabe o que fazer agora?
Será que entendeu o que deve ser feito depois desse meu olhar que te desafia?
Será que a ausência de dialogo vai ser um problema?
Não sei, mas você não aparenta ser daqueles que sente a melodia mesmo sem conhecer muito bem a letra. E eu espero não ter que desenhar, ou preparar um manual de instruções. Seria tão frustrante se você for daqueles sem capacidade de abstração! 

domingo, 21 de setembro de 2008

Dessa vez vou ariscar

Então que conheci uma pessoa nova... Vocês diriam: Ótimo! 
Mas não é assim tão fácil. Minha mente não é tão fácil!
Eu o provoco, e ele me provoca. Estamos e ficamos nessa há semanas. Eu gosto dessa provocação. E aparentemente ele também. No entanto, por mais que eu tenha adorado esse corre corre uma parte da minha cabecinha doente fica constantemente me lembrando: ele não é o outro!
Parece que um novo ser, um ser disposto a boicotar essa propensa e futura relação tem feito vigília no meu pensamento. Como se me dissesse: não vale a pena se arriscar quando o que você quer é o outro! E se ele decide voltar e encontra outro no seu lugar? Imaginou o que você faria se isso acontecesse?
É por esses diálogos insanos que retrocedo todas as vezes e me escondo. Só que dessa vez a minha vontade é contrariar toda a minha essência e arriscar. A vontade é sair do lugar e experimentar a novidade de outro corpo. Dessa vez, eu vou alem da minha personalidade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A verdade

Quando tu escarras a verdade em minha cara, realmente, não me resta alternativa que não seja reconhecer o obvio: minha vida pertence ao vácuo do mundo!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um dia despretensioso

Um dia sem promessas. Um dia normal. Mais um dia de calendário despretensioso, até que do inesperado chega as possibilidade, até que do acaso venha o destino. Até que do caminhar rápido para alcançar o compromisso, ele chega. Eis que, sem avisar e sem procurar, dois pares de olhos se cruzam entre os ir e vir. Fazendo o barulho do mundo se calar nos segundos.  Um mantem o olhar, o outro cede um sorriso, e o dia que era cinza se faz colorido.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O prazer pelo bem estar

Vai sair nessa chuva?
Vou sim!
Mas está chovendo muito, ventando muito, muito frio.
Mas e daí?
Nada. Falei por falar. Pensando no seu bem estar!
Deixe de velhice. Beijar na chuva também é gostoso. Não há porquê evitar sair nesse temporal deixando o prazer pelo bem estar.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Rotina

O beijo já não era novidade. O cheiro totalmente reconhecido a distancia. As manias, as vontades e as caretas, tudo já tão ordinário que passamos a chamar aquilo de nossa rotina. Como estender a toalha. Onde colocar o copo. Como preparar o almoço. Saber o ponto exato do vinho, da cerveja e da carne. Aprendemos os gostos e os desgostos. Transformamos a surpresa em rotina.
Rotina que enjoa, que castiga, que traz o declínio. Quando já se sabe com qual palavra se termina as frases e a reação já não é mais surpresa, é porque nos perdemos na rotina. É bom. É ruim. Saber é bom. Perder a surpresa e ruim. E foi isso. A falta da surpresa e o excesso de saber que denunciou o porquê o brilho do olhar sumiu. Conhecê-lo, respondia sem palavras o que me tirava o sono. “Você ainda me ama?”
A resposta não foi surpresa, mas surpreendeu! Era o fim da rotina.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Esquece e lembra

Esquece as discussões, as briguinhas.
Esquece as duvidas,  as desconfianças, o ciúmes.
Esquece o orgulho, a vaidade.
Esquece a magoa, o rancor.
Esquece tudo aquilo que nos conduziu ao precipício. E lembra como era bom! 
Como era bom perder as tardes de domingo na cama.
Como era bom o sorriso. 
Como era boa a sensação dentro do peito.
Era tão bom que da vontade de reviver tudo de novo. Então esquece os poréns e vamos atrás daquele sentimento que  nos fazia jogar nos braços um do outro.

domingo, 14 de setembro de 2008

Como se faz para ser feliz?

Ninguem diz que quer sobreviver. Dizem que querem é ser feliz. Cantam a todos os cantos essa tal de felicidade. Mas eu pergunto, como é que fazem para ser feliz? Será que sabem o que é essa tal felicidade?


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Por três dias

Por três dias não me importo mais. Vou me permitir por exatos três dias apenas assistir a vida. Aconteça o que acontecer. Venha o que vier. Eu apenas não me importo. Apenas deixo acontecer.
Já surgiram muitas rugas e insonias me perseguiram, e agora é melhor deixar a vida simplismente acontecer. Assim, sem mais nem menos. Eu assistindo. Mas apenas por esses três dias. Apenas nesse final de semana. Depois, na segunda, eu volto a me importar com cosinhas que me tiram o sono.

Vingança

A mão percorria o corpo do moreno. As duas bocas em uma dança frenética. O gosto. O cheiro. 
Ele se sentindo o rapaz mais sortudo da noite. Ela olhava Ele. Ele a cortejava. Ela o tocava. Ele a desejava. Dançavam. Seduziam-se. Mas ela, beijando de olhos abertos, procurava pelo Outro. Pequenas espiadelas enquanto a excitação crescia na corpo do moreno. Ficava com Ele e se vingava do Outro, imaginava.
Queria que os olhares se cruzassem, dela e do outro. Queria poder decifrar o olhar enquanto o outro a observava beijando Ele. Ele que sempre foi a razão do ciúme. Mas não conseguiu e apenas se entregou àquela vingança excitante. Deixou que a noite fosse embalada por aquela travessura do desejo do moreno.
Mais tarde descobriu que o Outro viu tudo, mas dolorido que estava abandonou a noite de sábado para eles e foi curar-se em outro canto. 
Mais tarde ela descobriu que a vingança doía mais do que a saudade. 
Mais tarde naquela noite de sábado descobriu que seu propósito não serviu a nada. Apenas para distancia-lo ainda mais. E arrependeu-se mais uma vez. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Penso demais

Não sei como posso ter resistido há todos esses anos sem sua presença. É difícil transformar minha dor pela sua ausência em palavras compreensíveis se até eu, em meus melhores dias, não entendo como tudo se deu daquela forma. Eu sei o vácuo que fica aqui rondando meu peito, mas não sei como tudo aconteceu. Foi tão de repente...foi tudo tão rápido que nem tempo de respirar eu tinha.
Durante a noite troco o descanso pela tentativa de compreender. Me lembro daquelas palavras secas, mas não o que as desencadeou. Meu sono cede a vez à aceleração dos pensamentos, e flashes de nós dois, dos amigos, as falações, os barulhos ficam passeando pelo quarto. E a despedida quando te deixei na porta da casa, o beijo que ganhei no rosto, o rastro que o seu perfume deixou no carro, e foi o fim. Revivo todas as noites esses instantes, sempre perdida naquelas lembranças, tentando construir diálogos e toques que justifiquem no desaguar daquela idéia de fim.
Passaram-se anos. E eu sempre convivendo com essa dor. Essa ausência sem esperança. Sempre tentando encontrar um outro alguém que alivie esse peso de tristeza. Mas nada. Não encontro resposta. Não entendo porque sumiu se me prometeu amizade. Não entendo a razão desse abandono eterno. Não entendo tanta coisa oriunda da sua pessoa.
Às vezes penso que teria sido melhor não ter arriscado da maneira que arrisquei. Penso que teria sido melhor não ter misturado amor e amizade. Penso que nunca deveríamos ter cruzado essa linha. Penso que a culpa foi minha. Penso muito e nada me alivia. E ultimamente penso mais porque descobri que trocou definitivamente os personagens do romance. 
Penso se você é feliz. E torço, realmente, para que seja feliz. E penso, que quem sabe, quando sua vida se fizer noutra ilha eu, finalmente, consiga parar de pensar em tantos momentos  que eram seus, que eram meus, momentos nossos.
Penso demais, quando na verdade deveria era esquecer!
 
Penso que deveria esquecer que amei.

Depois eu cresço

Não tente me convencer a crescer. Crescer é doloroso demais!Eu sei que é preciso amadurecer, conquistar liberdade, adquirir responsabilidade. 
Eu sei de tudo isso. Mas não gosto de ter que comprar tudo isso.  Não gosto e nem quero ter que trocar minha vida por essa ai que você vem me apresentar. Estava tão bom desse jeito, eu toda livre, toda boba, toda inconseqüente.
Mas se alternativa não há, vamos a barganha! Deixa mais uns cinco minutos eu me divertir com a minha infantilidade. Deixa eu ficar mais um cinco minutos com esse sorriso injustificado no rosto, conseqüência da minha irresponsabilidade. Deixa eu ser só mais uns minutos irresponsável, depois, prometo que compro um punhado de roupas de adulto e vou ser aquilo que esperam da minha pessoa. Arrumo um emprego, ganho dinheiro, contraio dividas e finjo que sou feliz, mas só se me deixar ser essa imatura criança por mais cinco minutos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Não paro

Eu só paro se alguém me parar.
Eu vou, e continuarei indo, até que alguém seja capaz de me parar. Porque eu não paro, não paro mesmo!

Esqueço o que vem depois

É o cheiro. É o beijo. É o olhar. É o toque. É o sentir a pele nas pontas dos dedos. É no tomar o teu gosto. É no roubar sua respiração. Que deixo a loucura percorrer meu corpo. 
O conjunto da sua obra que me faz má conselho nessa vida!
Me entrego esquecendo as conseqüência quando há o cheiro, o beijo, o olhar. 
Quando desenho na sua pele eu sei que já pequei. Quando te bebo, sei que caminho para minha penitencia.
Mas é um sentir tão bom que esqueço o quem vem depois.

sábado, 6 de setembro de 2008

Chega!

A vontade é de gritar! Encher o pulmão. Trazer lá do diafragma e soltar com toda a violência:CHEGA!
Sim. Chega! Basta! Dê um fim! CHEGA!
Será que assim você entenderá? 
Duvido. Lhe falta maturidade e hombridade.
Chega dessa sua atitude infantiloide. Chega desse seu orgulho besta. Chega desse seu excesso de testosterona. Chega dessa postura intransigente.
Admita de uma vez por todas que errou. Admita de uma vez por todas que você possui a mania de transferir a culpa. Admita que foi isso que fez, transferiu a culpa à outro.
Pelo menos uma vez nessa vida admita. Confessa logo que foi você quem errou. 
Chega de bancar uma superioridade insustentável. Confessa logo. Diga: Eu errei.
Não doí e não há nada de covardia em assumir a parte que lhe cabe no erro. E é mais bonito que culpar o outro pobre coitado.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Antiga ilusão

Chegou ansioso em casa. Passou correndo pela mãe e os participantes da reza do Terço, como se não existissem. Se trancou no quarto, se jogou na cama enquanto desenrolava a cartinha dela.
E antes que pudesse se perder naquelas letras, ainda levou o papel ao nariz para mais uma vez desfrutar daquele perfume de flores.
Com o brilho no olhar começou a leitura do que julgava ser uma carta de amor.

Confessar a verdade me é pesado. Porem, não encontro uma maneira de maquiar os fatos e apresentá-los sem a aparência da mentira. Então, como alternativa, não menos difícil, utilizo das linhas que recheiam O amor nos tempos do cólera: “Hoje ao vê-lo, descobri que só nos unia uma ilusão”.
Desculpas. Mas meus sentimentos já não são os mesmos que o seu. Melhor terminarmos.
Inferno de menina! Espero que você morra, sua infeliz, frigida e meticulosa. Me dispensa, e me dilacera! Te odeio eternamente!
Foi dormir furioso, melancólico, dolorido. Pela manhã, correndo atrás dela, implorou que ela voltasse para a antiga ilusão. Foi tão convincente, que ela voltou.
Depois de meses ainda continuam mantendo uma ilusão moribunda, mas em tratamento intensivo até que se decidam pela eutanásia e migrem para novas realidades.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Justiça

A visão da justiça aos olhos do operador do direito se resume naqueles atos e procedimentos postos em movimento na construção de uma sentença, cujo texto e teor muitas vezes afasta o entendimento do leigo. Ele executa suas atividades com zelo e primor, no entanto, a excelência dos procedimentos não afasta as conotações e as nuances contraditórias que plainam sob sua profissão. Não afasta  olhar desconfiado da sociedade.
Aquele sentimento do justo, que busca no aparato judicial, segue vivo no andamento do feito. E as sentenças, que são tentativas de apaziguar ânimos, derrubam qualquer esperança na lei, trazendo a tona o inconformismo pela ineficácia!
Quem busca na lei a resposta a uma "injustiça" praticada percebe a incongruência da justiça nos meandros da sentença. Tem-se fatos, tem-se as leis, tem-se os procedimentos, tem-se a espera, e tem-se a condenação. Tem-se o juiz, tem-se o advogado, tem-se o promotor, tem-se o autor, e tem-se a superficialidade do certo e errado.  Aquele momento que viria a conclamar a postura do homem honesto, daquela decisão calcada na lei, naquele instante em que a sentença é proferida, é transformado num resumo do dito popularesco conhecido como o "ganhou, mas não levou". Reconhece-se o direito, e apenas isso, porque nasce agora a espera pela eficacia!
Aquele que é honesto se pergunta o porque continuar acreditando, o porque ser correto se o premio sempre se esvai das mãos de quem merece. Aquele que preocupa-se com principios e moral quando pergunta ao seu mandatario se é só isso que há o  que fazer, tem-se sua percepção pelo mundo alterada perante a resposta. 
Aquele alicerce moral é abalado perante tanta insignificancia. Realmente, será que valerá mesmo a pena acreditar na fantasia da justiça?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pessoas são pessoas

Pessoas são pessoas e fazem o que sabem muito bem, ou seja, ferir a quem amam. Pessoas fazem isso com uma maestria. Parece que treinam, estudam e defendem tese. Publicações com o título  Da essência afetiva à insignificância absoluta em cinco passos, Tortura emocional, uma atividade solitária e Eu não te amo, são o guia das pessoas que são pessoas e desejam atingir a quintessência.

Morreu de inveja

Final de tarde de inverno é sempre cortante. E naqueles dez minutos de espera, enquanto o vento assobiava nos seus ouvidos, tentava escutar a conversa daquelas duas.
É fato que em todo escritório há sempre a fofoqueira maldosa. E naquele escritório não há diferenças entre os demais, apenas em números, lá reina não uma, mas duas belas fofoqueiras.
Não deveria ter ficado calada enquanto ouvia as duas conversando. 

Por que será que são sempre as belas as mais fofoqueiras? Felicidade alheia não pode existir em outros corpos, apenas nos delas? 
Devia ter soltado um belo vá à merda. Devia ter esmurrado a fuça daquelas duas. Devia, mas não fez. Ficou lá naquele frio cortante, no escuro, escutando aquela prosa fútil:
-Mas ele tem namorada! Será que ele vai cair na sua? Amiga, cuidado heim, ela tem jeito de psicopata, depois te quebra a cara!
-Ah, para! Ela é feia e chata, e num pode comigo! Coitado dele. Ele só está com ela pelo dinheiro, tenho certeza. Hoje mesmo eu vou na casa dele, me oferecer para o jantar, terminar o que começou ontem.
Ele chegou. Ela saiu da escuridão. E a loira fofoqueira ficou com cara de caneca quando viu que ele já não era “ele”, e sim aquele outro. Ele, agora era o modelo e manequim, moreno, alto e lindo, que há uma semana virou namorado.
A outra morreu de inveja, e percebeu que recolheu xepa.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Relógio novo

Como priorizar o que me é importante?
Tudo me importa. A vida me importa.As pessoas me importam. Os amores, os prazeres, os amigos. Tudo me é importante.
Como dosar o tempo? Como posso estipular um parâmetro nessa doação?
Não posso. Não posso priorizar, ordenar, retirar.
Estabelecer cinco, dez minutos? Alguns precisariam de horas, não minutos.
E eu, como posso te-los e ter a tudo se tenho que estipular números que caibam dentro das minhas 24 horas?
Preciso é de um relógio novo que saiba marcar as minhas horas!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

É a verdade que doi.

Releu os gestos. Parou no olhar. E aguardou que a certeza fosse declarada. Enquanto esperava a frase ser concluída implorou por um milagre! E foi atendida. 
Ele preferiu ocultar a verdade não contando onde estava a noite passada entregando-lhe uma desculpa qualquer. Ela fingiu acreditar.
A mentira, no caso reconforta, enquanto a verdade dilaceraria aquele coração. Assim, aquele falsete foi o melhor calmante aos seus nervos.
Fingimento e ocultação da verdade são apenas atenuantes, são exigências para a sanidade mental de um coração apaixonado, são medidas compensatórias quando a verdade dói mais.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Épocas

A época do orgulho já acabou. 
Agora, vivo no tempo da barganha! E você, no período das amenidades.
Geralmente intercalamos nossas épocas e vontades, mas esse ano, impreciona-me o equilibrio que experimentamos, a calmaria. 
Suspeito de tempos tranqüilos. Talvez  tanta animosidade seja sinal de tempestade!