quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um Forasteiro

Minha vida sempre foi muito esquisita!

Melhor dizendo, eu sempre fui muito esquisita.
Sabe aquele tipo de pessoa que parece perdida no mundo, não tem um rumo ou uma direção, pois bem, essa sou eu.
Quem me conhece diz que sou estranha mesmo...

Mas que posso fazer, nasci assim, e parece que não dá pra mudar isso não.
Eu falo e faço coisas desconexas, parece que fico vivendo do lado de fora da casa. Imagine assim:

Uma casinha, com uma janelinha. Dentro dela tem um monte de pessoas, fazendo um monte de coisas. Todas juntas em harmonia, como se aquilo tudo que elas estão fazendo fosse o certo a fazer.

E eu, do lado de fora, olhando pela janelinha e vendo tudo isso acontecer... Sem vontade de entrar e interagir. Esperando, esperando e esperando que algo aconteça.


Na maioria do tempo de minha vida realmente fui apenas um observador, apenas um estrangeiro em terra de ninguém.

Nunca me pareceu muito aprazível essa idéia de interação e integração.

Posso ser considerada uma pessoa solitária. Mas que não vê problema nessa solidão.

É no completo silencio que entendo meu corpo, meus desejos, minha vida.

Tenho a impressão que só sei viver nessa ausência de relação.

Fico acanhada. Tímida. Sem jeito e modos quanto tenho que me relacionar. Completamente excluída de uma realidade.


Talvez tudo isso seja reflexo da minha bagagem emocional.

Talvez tudo isso seja mesmo medo!

Medo de me aproximar. De entrar na casa. Medo de ter que ver as pessoas seguindo, saindo, mudando, e, eu continuar esperando por elas. Eu ficar apenas com a esperança de transformar o abandono em saudades de um momento.


Viu, falei que eu era estranha.
Mas tantos como eu se sentem a margem dessa vida. Tantos não conseguem ser outra coisa que senão "isso". Um passageiro.

Um passageiro incomodado, incompreendido.

Um forasteiro dotado de incompreensão mental e verborrágica... sempre a espera que alguém o convide a ficar e ajude sanar o medo.

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