quarta-feira, 7 de maio de 2008

7 de Maio

Não precisavam de palavras.
Não precisavam de justificativas.
Não precisavam de nada. Apenas que o tempo parasse e permitisse que ficassem abraçados. Sentindo o calor um do outro.
Era amor. Sempre foi amor. E aquele abraço constatava a única realidade imaginável. Amor!
E aquele gesto não era apenas o símbolo de uma amizade.
A ocasião podia negar-lhes o beijo, o toque, a união, mas não era suficiente para ocultar o sentimento.
A inconveniência ditada pela prudência podia exigir a negativa do desejo. A necessidade em camuflar a paixão em afeto. Mas o amor, esse não podia mais ser categorizado em amizade.
Durante os dez segundo que ficaram aninhados nos braços um do outro declararam silenciosamente que a paixão ainda vivia.
A pele carregou o dialogo daqueles dois corpos. Ecoou no peito o grito do eu te amo.
Separaram-se. Perderam-se nos olhos um do outro. Ela tentando disfarçar a vibração. Ele tentando esconder o segredo revelado.
Seguiram em direções opostas.
Ele caminhou até a namorada.
Ela seguiu em direção a cozinha. Deu ordem para que o jantar fosse servido.
Ele e ela passaram a noite de 7 de maio fingindo que eram bons amigos. Que apenas se importavam com a reconciliação da amizade.
Transformaram a noite do aniversário dela em uma noite de certeza. Sabiam que pela manhã retomariam a paixão que já haviam experimentado.


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