sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Vingança

A mão percorria o corpo do moreno. As duas bocas em uma dança frenética. O gosto. O cheiro. 
Ele se sentindo o rapaz mais sortudo da noite. Ela olhava Ele. Ele a cortejava. Ela o tocava. Ele a desejava. Dançavam. Seduziam-se. Mas ela, beijando de olhos abertos, procurava pelo Outro. Pequenas espiadelas enquanto a excitação crescia na corpo do moreno. Ficava com Ele e se vingava do Outro, imaginava.
Queria que os olhares se cruzassem, dela e do outro. Queria poder decifrar o olhar enquanto o outro a observava beijando Ele. Ele que sempre foi a razão do ciúme. Mas não conseguiu e apenas se entregou àquela vingança excitante. Deixou que a noite fosse embalada por aquela travessura do desejo do moreno.
Mais tarde descobriu que o Outro viu tudo, mas dolorido que estava abandonou a noite de sábado para eles e foi curar-se em outro canto. 
Mais tarde ela descobriu que a vingança doía mais do que a saudade. 
Mais tarde naquela noite de sábado descobriu que seu propósito não serviu a nada. Apenas para distancia-lo ainda mais. E arrependeu-se mais uma vez. 

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