segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Perto do fim, perto do começo...

Só mais alguns dias para que eu enterre velhas promessas. Mais alguns dia para ressuscitar antigas utopias.  Mais alguns dias para começar a contar mais 365 dias. Mais alguns dias para quem sabe, alem do ano a vida também mude de verdade! 
Dentro de alguns dias troco o calendario. 
E que 2009 traga um novo enredo e não apenas novos personagens!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal...

Para aqueles que se importam e comemoram a data: 
Feliz Natal!
Para os que como eu trazem a carranca paras as festividades da época: calma, calma, calma, que ano que vem tem mais! A vida é um eterno déjà vu.
Humanidade e seus hábitos estranhos...
 Foto: giumaiolini


sábado, 20 de dezembro de 2008

Festa surpresa

Talvez seja só mais um dia. Um dia sem importância. Um dia ordinário e normal. É só o meu aniversário, pensava ela. Mas é só mais um dia. Um dia. Mais uma nova idade.
Talvez não haja nada de especial em comemorar datas, receber presentes, ganhar atenção. Pensava ela. É só mais um dia. Um dia que fico mais velha.
Talvez esqueçam. Ou se lembrem. Talvez uma festa surpresa. Fantasia ela. E ela queria uma festa surpresa. Queria os amigos. Queria os presentes. Mas não queria os dias que a envelheciam.
Enquanto ela desejava os amigos, os presentes, a festa, o carinho, ele chegou em silencio e a surpreendeu com uma única rosa. Uma rosa branca.
-Pra você! Ganhei no supermercado.
-Quanta consideração!
Sem saber se sentia alegria ou tristeza pelo pouco caso, recebeu a rosa e tentou lhe entregar um sorriso de gratidão. Tentava decifrar se ele se esqueceu ou não do seu aniversario. E confirmou a certeza do esquecimento quando ele a convidou para comprar cigarro, relembrando a rotina de todas as tardes compartilhadas.
Foram caminhando pelas ruas. Cinco quarteirões. Minutos e minutos de conversa despretensiosa e provocações. Compraram o cigarro. Fumaram. Dois cada um. E resolveram esticar a caminhada para o shopping. Mais quinze minutos, e muitas conversações. Entregaram-se ao passeio, confidenciavam fofocas e segredos e brincavam de descobrir coisas e minúcias da vida alheia.
-Acho que são amantes, dizia ele.
E ela refutava com convicção de que eram namorados.
-Esses dois têm um filho.
-E uma filha. Um casal de gêmeos. Mas não são casados.
-Como você é chato! Para você, nunca ninguém é casado ou compromissado. Rapaz, creio que você terá muitos problemas com compromisso.
-Ah, como você me conhece bem!
Dividiram a tarde do aniversario dela entre conversas, pessoas, comidas e uma sessão de cinema que ele escolheu, pois duvidava do gosto cinéfilo dela.
Quando começava anoitecer resolveram voltar para casa. Meia hora de caminhada e mais brincadeiras e confidencias. Ela já começava esquecer que era seu aniversario, quando ele a parou pelo braço e lhe entregou uma caixinha.
-Feliz aniversario.
-Pensei que tivesse esquecido!
-Que nada! Gostou?
-Gostei. E como gostei. Eram os brincos que eu queria, como você sabia?
-Sempre sei! E também porque você não fala de outra coisa a pelo menos uma semana.
Ela riu. E ele retribuiu o sorriso.
Talvez ele se importe, pensou ela. Talvez ele também sinta! E esqueceu da vontade de ter os amigos, a festa. Faltando uns dois quarteirões para alcançarem o edifício onde moravam ele interrompe a alegria infantil dela e lhe confidencia que não poderia ficar para a festa surpresa que prepararam para ela.
-E não diga que lhe contei da festa!
-Mas sacia minha curiosidade, por que você não ficará para minha festa surpresa?
-Vou sair com Eliza. Você entende né?
Era só mais um dia. Mais uma nova idade. Uma data comemorada no pedaço da rotina de ser a eterna melhor amiga.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Como sei amar

Sinto muito, mas é assim que sei amar. Com muita intensidade. Com muita vontade. Com muito excesso. Experimentando sempre o primeiro encontro, o primeiro beijo, o primeiro toque.
Sei amar apenas da forma cinematográfica, distribuindo sorrisos e surpresas pelas tarde. Torcendo pelo fogo inesperado, e sempre desejando a palavra mais clichê dos apaixonados.
Preciso sentir a pele, o cheiro o desejo. É  o corpo que transforma aquela sensaçãozinha no meu desejo de paixão adolescente. É por aquela sensaçãozinha de quem sente o amo que incremento novas rotinas e pessoas na minha vida.
Só sei amar da forma mais obvia da vida. Sentindo tudo potencializado no corpo da alma gêmea.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Qualquer coisa que não eu

Não posso ser o que querem! Não posso dar o que desejam. Não posso.
E seria tão mais simples e fácil seguir a receita alheia. Seria tão mais pacifico. Seria qualquer coisa que não eu. É da minha natureza ser um turbilhão indomável e inconseqüente. E não posso alterar a natureza.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

É muito o que não sei

Perdi as palavras. E isso não é normal. Mas o impacto, a surpresa do momento transformou toda minha certeza em... em... não sei o que.
A sua imagem na TV. A sua declaração, O seu nome. As suas palavras.
Não sei o que pensar. Perdi a linha quando sua voz entrou nos meus ouvidos. Perdi as sensações quando escutei o nome. E eram declarações que em nada me atingiam, que não modificariam minha vida. Contudo, era você. Era você.
E sempre foi você que me transformou na boba inerte. Sempre você me fazendo perder as palavras.
Dentro daquela caixa da ficção você veio e me tirou do meu mundo. Me deixou com uma incógnita pela manhã. 
Sua imagem e eu perdi todas as minhas queridas palavras. No susto. No silencio. Na aflição percebi a falta da sua aliança. O que eu ainda não sei?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sou pelo que desejo

Se te deixo falando sozinho não é descaso, apenas tenho outro foco.
Se me atraso não é desrespeito, apenas não sei contar corretamente o tempo.
Se caminho sem rumo não significa ausência de plano, apenas preciso de surpresas pelo caminho.
Paixões e vícios são minhas tatuagens eternas. E preciso das marcas para sentir a vida.
Toda a minha esquisitice é relativa. Alguns insistem na falta de educação, outros entendem a personalidade complexa, outros tantos desejam meu enterro. Mas sou pelo que quero. Sou pelo que desejo. Sem desfecho ordinário. Sem seguir qualquer roteiro.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ensaios

Sonhos em pedaços. Amores superficiais. Emoções fingidas.
Não há problema em experimentar a vida pela metade. No entanto, a media é apenas uma forma de sobrevivência de mentes pequenas e assustadas que enterraram o melhor da sua existência à frente do inesperado. 
Alguns esquecem que é na surpresa, no improviso que a vida acontece. E assim, permanecem em um eterno ensaio, sempre tentado adestrar a vida.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Viver é...

Somos um pequeno objeto que quando empoeirado cede espaço ao plástico mais novo e brilhante. E quando menos se percebe eles já sonham os nossos antigos sonhos, e vivem nossas antigas memorias.
Viver é um processo tão repetitivo...
A todo dia descubro que envelhecer é esquisito e obvio demais!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Não resisti

Não pude evitar. O coração disparou e quando percebi já não havia o que fazer.
Bastou escutar a voz, sentir o cheiro, conhecê-lo.
Foi como lutar vislumbrando a derrota. Mas nada melhor do que perder a batalha para a paixão. 
E eu não resiste. Ela me invadiu por completo, me deixando com as tardes ansiosas e o pensamento leve. 
Agora canto o nome dele a todo o momento!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mea culpa

Alguns amores, alguns amigos, algumas lembranças, invadiram meus pensamentos. Retornaram daquele meu passado assustado inquirindo sobre sonhos, magoas e desgostos. E através de um processo inquisitivo me cobram pela inércia, pelo abandono do sonho. Me questionam e não aceitam as desculpas que lhes forneço. Exigem reparação, argumentam que não toleram a desistência, incompreendem tamanha resignação.
Insatisfeitos com as justificativas gritam: Foi você quem os matou pelo caminho. Foi a sua negligência que fez os sonhos ruírem. 
Me imputam a culpa. Não há defesa. Jogam na minha cara todas as justificativas frouxas que usei e dizem que não partirão enquanto não houver reparação.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Arrependimentos

Dia desses me perguntaram do que mais me arrependo por não ter feito esse ano. A resposta foi difícil, afinal me arrependo de não ter feito tanta coisa (longo suspiro).
No entanto, meu maior arrependimento não é bem um arrependimento. É mais um enquadramento compulsório às formalidades do cotidiano. É aquela sensação que pula na garganta quando se tem que segurar um Vá a merda por pura educação! É o não poder falar o que se pensa. É o ter de agir dentro daquele limite estabelecido por um critério babaca e burocrático. É ter que relevar pessoinhas por mera formalidade. 
O arrependimento chega ser mais uma percepção do meu adestramento para a vida.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No nosso tempo

Não entendo essa necessidade em se estabelecer medidas, em quantificar amizades e sua duração. Não entendo! 
Tudo precisa de números, de regras, de contagem?
Qual a relevância em dizer faz seis anos que nos conhecemos? Faz três anos que nos formamos? Faz dois anos que namoramos? Tenho um milhão de amigos? E daí? Qual o significado desses números? 
Talvez apenas ocultem a nossa fragilidade, apenas demonstrem nossa carência. Se eu não medir, não estimar, como saberão da importância que fazem na minha vida?
Nesses anos, nessas amizades, com os amores, não foram os números que mandaram, foram os sentimentos. E esses, não conseguem ser quantificados, são vividos.
O melhor da vida é muito breve para medidas exatas.
Pensando em números, no tempo, na vida, nas pessoas, nas saudades e nas ausência... porque final de ano é tempo de reencontro. 
Surpresas e desgostos sempre apontam no meu horizonte nessa época.