sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quando se percebe

Tudo acontece muito rápido. Mal se percebe e é apenas alguns instantes que nos separam do fim. O que foi dito, o que foi silenciado, as omissões, a falta de coragem, tudo aquilo que adiamos, prorrogamos, se perde nos últimos instantes. E se eu tivesse tido coragem? E se eu tivesse contado? E se eu tivesse dito eu te amo? E se...? Será que mudaria? Será que o caminho seria diferente? Será? Não dá mais tempo, não há mais reação. As segundas chances perderam-se. Acabou. Só nos últimos momentos percebemos o quanto estaremos perdendo. Só nos últimos instantes nos damos conta que a vida acontece de forma acelerada.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Planos para o futuro

-Pai, já sei o que vou ser quando crescer!
-É mesmo! E o que será?
-Governo. Vou ser como o Governo.
-Mas Governo, filho? Quer dizer que você gostaria de administrar uma nação? Mas isso é muita responsabilidade... e... você mal consegue cuidar do seu peixinho.
-Não pai, eu não quero administrar coisa nenhuma, eu só quero foder com a população, e mesmo assim ela não perceber!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Poema

Aquele poema correu a minha mente. O dia todo. E era ele quem mandava. Era ele quem pulsava, respirava, sorria. Era ele quem vivia. Na noite, encarando aqueles olhos verdes, o poema morreu. Perdeu toda sua essencia. Perdeu a poesia quando encarou a verdade.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Eu também senti saudades"

E de repente você se encontra entre tantos rostos conhecidos, mas que não são íntimos. Os nomes lhes são familiares, as vozes lhe lembram dos diálogos passados, e na verdade você nada sabe daqueles supostos amigos. Passam por você, lhe abraçam, mas não te conhecem. Dizem que sentem saudades, mas você não crê. A mente começa fervilhar resgatando antigos planos, antigas idéias, vasculhando lembranças que lhe indique o motivo de um dia te-los chamados de amigos. Nada lhe ocorre. Você não faz parte daquilo, foi simplesmente plantado entre aquelas pessoas na tentativa de parecer mais humano. A verdade é que tudo aquilo lhe é estranho, desconfortável. Todas as perguntas que responde lhe soam muito frágil, carente de verdade. Mas você esta ali, a procura de qualquer ligação, a procura de atenção, a procura da humanidade que você perdeu. E nada encontra de verdadeiro. Perdido, você simplesmente sustenta aquela relação frágil de uma amizade amparada pela frase “eu também senti saudades.” Tanta mentira, porque não se tem saudades daquilo que nunca experimentou.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mais um 7 de Maio

Sempre me falaram que o importante era me manter presente. Não importando de qual maneira que o fizesse, mas estando presente. Não permitindo que a distancia das conversas, a distancia do corpo, a distancia de toda uma vida de separação pudesse ceder espaço para o esquecimento. Pois então, fiz isso, me mantive presente, nem que fosse apenas pela lembrança, marcando a saudades, trocando email, participando de uma prosa cheia de cuidados, mas deixei as marcas. Só que hoje, mais um 7 de maio, depois de marcar por anos meu rastro, desisti de me fazer sentir ali. Desisti. Não tenho mais sanidade que mantenha meu corpo e minha mente na sua totalidade, e por isso e mais toda aquela angustia de estar mas não estar, desisti. Vou deixar que hoje seja mais um simples e corriqueiro 7 de maio, sem comemoração, sem felicitações, sem me importar.