domingo, 23 de setembro de 2012

Das surpresas da vida


Jamais imaginaria que alguém que conheci tão brevemente e em um tempo tão passado hoje retornasse com tanta intensidade na minha vida.
Te conheci quando tínhamos no máximo 14 anos. E acho que nossa relação foi apenas de companheiras de um espaço em comum. Poucas palavras, até porque, a mesma timidez que mantenho hoje, sequestrava minha voz à época, o que sempre fez com que nossas conversas fossem mínimas. Até meus olhares era direcionado a outra pessoa.
Mas daí vêm o tempo, vêm as dores, as amarguras, as barreiras e as surpresas da vida. E daí veio novamente você. Um único encontro e dessa vez muitas palavras. E dessa vez muita vontade de pertencer, de ter, de tocar, de sentir. E tudo isso em no máximo 15 minutos, que é tão pouco tempo para quem quer mostrar o quanto é possível vibrar em razão de outra pessoa. 
Agora eu peço mais tempo e aproximação que é para eu tentar te conhecer e convencer que pode existir um "nós".  

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Tolerância

Não gosto da palavra tolerância, mas antes que me crucifiquem, justifico. 
Tolerar é suportar. E creio que se houvesse respeito pelo humano, o reconhecimento da humanidade do outro, teríamos, invariavelmente, respeito, não sendo mais necessário tolerar. 

Somos tão iguais em sentir, em desejar, mas insistimos em separar nós do outro, e com isso esquecemos que somos os mesmo: humanos. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Encanto

O que me encanta na humanidade é essa capacidade criativa sem limite. É essa necessidade de contar uma história, que é ao mesmo tempo tão comum e tão conhecida, e que é também tão inédita e unica. Me causa tesão absurdo ter a oportunidade de ver o quanto esses criativos se apropriam dos signos, dos símbolos e transformam a dor em algo sublime. 

domingo, 2 de setembro de 2012

Sou

Levou muito tempo para que eu conseguisse perceber que não era amor. Creio que somente hoje, após mais um desses encontros casuais, no qual encarei suas feições, no qual trocamos palavras amistosas, no qual recordamos apelidos de infância, e no qual lembramos de uma época tão particular, que consegui tirar a venda e perceber que nunca foi amor. Era afeto, era amizade, era desejo, mas amor não, não era.
Cultivei uma mentira por muito tempo pelo simples fato de ter desejado, mesmo que de modo inconsciente, o resultado das regras sociais. Criei expectativas e um falso amor para pertencer a "meu" grupo social. Percebo com tanta clareza hoje que gritei e sofri por um amor inventado, percebo que era o desejo, tão maior de pertencer, que fez brotar um sentimento que era amor, mas hoje já não é.   
E pensar que eu queria uma vida com esse amor, mesmo percebendo que algo me sufocava ali. E pensar que me negava, silenciava, simplesmente para ser o que esperavam de mim. E hoje, percebendo que o que ignoro dessas expectativas é o que me faz tão bem, porque sou o que quero, é libertador.