terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Das decepções

Nos últimos dois anos o trabalho tem me chateado muito. Melhor dizer que não é o trabalho em si, porque este me dá uma alegria imensa, uma satisfação gigante, mas as pessoas com as quais sou obrigada a conviver profissionalmente, que eventualmente, me fazem questionar os motivos de continuar onde estou, e consequentemente é o que traz a tona aquela sensação de insatisfação. 
Mas explicando... minha relação com elas ora é paradoxal, ora pacifica, ora tumultuada, enfim, eu sei que é complexo e complicado entender tal frase, mas essa confusão sintetiza em muito meus sentimentos quando chego em casa depois do trabalho e sinto o peito explodir. 
Talvez por acreditar que muito do meu trabalho precisa e deva ser colaborativo e coletivo, me expresso demais, sugiro demais,  questiono demais, tento participar demais. E percebo que isto, este estar presente, ser esta pessoa que fala e que tem uma ação politica não é bem quisto e nem desejado por muitos. Percebo, e tenho sentido que o que desejam mesmo são seres acomodados que são fáceis de serem conduzidos. 
E é isso, essa sensação de estar perdendo uma batalha interna, de estar quase entregando os pontos é que tem me chateado e angustiado. Sei que chega determinado momento da vida que as escolhas são pautadas para evitar o confronto, mas também sei que em determinadas profissões as ações são o confronto. Até porque acomodar-se e ficar no discurso de que não há mudança, de que dá trabalho são discursos incompatíveis com a docência. E daí já começo a refletir de que se de fato não podemos fazer morada onde não podemos sonhar, se já não está na hora de mudar de lugar?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Tanto

Eu tenho tantas fotos...
E tenho tantas frases...
Eu tenho tanta vontade...
Eu tenho...tanta saudade. 

sábado, 3 de junho de 2017

Teatro

Tem uma coisinha que o teatro me "deu" e que incomoda tanta gente: a aceitação do meu eu. Isso incomoda tanta gente, porque, afinal, quando sabemos quem somos, o que nos agrada e que não é necessário agradar os outros para vivermos, acontecem vários conflitos e frases como "você não era assim"... Já não é tão fácil ser manipulada. 
O teatro, claro, que com sua intensa e constante investigação, que me conduziu e conduz a um processo de descobertas e experimentações, adicionou mudanças na minha vida, no meu olhar e nas relações. Sinto que fui contagiada, que arrancaram as vendas dos meus olhos, que a vida mudou e que posso e mereço ser feliz. 
Mas o teatro também intensificou minha insegurança e minhas ansiedade, mas aprendo que isso não precisa ser um defeito, aprendo que posso aceitar. Esse tal do teatro faz cada coisa...   

sábado, 21 de janeiro de 2017

Tem poucos dias que voltei de viagem. E confesso que viajar é uma das minhas paixões. E os motivos são tantos e tão complexos que é difícil escrever sobre, mas há algo que sempre pulsa na mente e no meu corpo sempre que retorno ao meu lar: a cultura do outro. Apesar das diferenças tão gritantes, as vontades e desejos são tão semelhantes. E tudo isso me faz olhar o mundo, a minha vida de uma forma tão diversa de quando parti, algumas coisas perdem significado, enquanto outras tomam outra dimensão. A vida de repente se agiganta pelo resultado de uma vivência tão complexa chamada viajem.   

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

De quando nos sentirmos amados

Ontem foi meu aniversário. E eu sempre lidei mal com essa data. Sempre férias, amigos viajando e os que estão na cidade todos cheios das comemorações do "fim do ano", e tem o adicional de ter sentido a morte de pessoas importantes ou no dia, ou dias antes. Enfim, nunca fui de comemorar, de animar para reunir os amigos, sendo que o aniversário sempre foi uma data mais a ser lembrada do que uma data a comemorar. Mas esse ano eu estou mudada (já tem tempos que sofro uma certa mutação comportamental) e mesmo sem festa ou farra, recebi a data como algo a ser comemorado. E foi bom porque senti o acalanto em palavras, o carinhos de muita gente, me senti amada. E foi bom porque algo ficou mais palpável: ficou na vida quem se importa, ficaram os amigos (poucos, mas ficaram).