terça-feira, 7 de abril de 2009

Em uma noite escura

Ele, enquanto encarava aqueles olhos verdes que choravam, sentia o peito acelerado, o medo se aproximando, a dor ardendo. Queria abraçá-la, reconfortá-la, tirar-lhe daquele sofrimento. Queria te-la mais uma vez, mas sabia que não podia. Queria esquecer e continuar, mas eram tantos mal entendidos, tantos desencontros, que não conseguia voltar atrás naquela decisão. Ela, chorando, quase suplicava, implorava por aquele amor.
De frente um para o outro tentavam esconder toda a dor, mas era em vão. Não conseguiam mais fingir que tudo estava bem, que tudo iria se acertar.
Ele sucumbiu quando entendeu o desespero dela, e então, a trouxe para o peito e a deixou chorar por alguns minutos. Mas não mudou de idéia. Não podia. Era muito orgulho para tentar vencer. Era começar e esperar pelos mesmo tropeços. Não podia.
Aqueles instantes eram seus últimos. A ultima partilha de um afeto que morreria nos próximos minutos. Uma contagem regressiva que passeava pelos meses da união. E bastou que ele declarasse: Acabou, eu não te amo mais; para que se encerrasse a melhor historia de suas vidas. Aquelas palavras foram suficientes para que toda a aflição dela transbordasse.
Ela ficou chorando sozinha enquanto a imagem dele se diluía na escuridão.

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