Mesmo que essa tal pandemia já esteja há mais de um ano entre nós, nada me (nos) preparou o suficiente para enfrentar esse mês de Março. Mais de um ano...e embora o conhecimento tenha avançado, as previsões tivessem sido enfáticas, continuamos caminhando alheios a qualquer aviso. Digo caminhamos porque todos tivemos que seguir aleatoriamente, pois não há um plano, uma direção e a vida continuou seguindo. Vivemos constantemente à deriva!
E as noticias que chegaram e ainda chegam neste mês de Março são de um desalento, de uma comoção sem tamanho. Diariamente, neste mês, cada manhã tenho ciência que mais um amigo, um familiar, perdeu a vida por conta do COVID-19. Gente abaixo dos 45 anos, saudável, sem qualquer comorbidade e que partiu deixando a família desolada na tristeza: será que fizemos o suficiente para que lutassem pela vida?
Hoje, 28 de março de 2021, 381 dias após o registro da primeira morte, recebo a noticia que o CARA que despertou minha paixão pela Astrofotografia faleceu. Não éramos próximos, mas me encantava e admirava pela bondade com que compartilhava todo seu conhecimento. Humilde e aberto, tal qual como todos os grandes em talento e vocação.
Março se tornou uma rotina de luto acompanhada da despedida mais dolorosa: todos afastados, um adeus de longe, com força para resguarda-los na retina da memório.