A visão da justiça aos olhos do operador do direito se resume naqueles atos e procedimentos postos em movimento na construção de uma sentença, cujo texto e teor muitas vezes afasta o entendimento do leigo. Ele executa suas atividades com zelo e primor, no entanto, a excelência dos procedimentos não afasta as conotações e as nuances contraditórias que plainam sob sua profissão. Não afasta olhar desconfiado da sociedade.
Aquele sentimento do justo, que busca no aparato judicial, segue vivo no andamento do feito. E as sentenças, que são tentativas de apaziguar ânimos, derrubam qualquer esperança na lei, trazendo a tona o inconformismo pela ineficácia!
Quem busca na lei a resposta a uma "injustiça" praticada percebe a incongruência da justiça nos meandros da sentença. Tem-se fatos, tem-se as leis, tem-se os procedimentos, tem-se a espera, e tem-se a condenação. Tem-se o juiz, tem-se o advogado, tem-se o promotor, tem-se o autor, e tem-se a superficialidade do certo e errado. Aquele momento que viria a conclamar a postura do homem honesto, daquela decisão calcada na lei, naquele instante em que a sentença é proferida, é transformado num resumo do dito popularesco conhecido como o "ganhou, mas não levou". Reconhece-se o direito, e apenas isso, porque nasce agora a espera pela eficacia!
Aquele que é honesto se pergunta o porque continuar acreditando, o porque ser correto se o premio sempre se esvai das mãos de quem merece. Aquele que preocupa-se com principios e moral quando pergunta ao seu mandatario se é só isso que há o que fazer, tem-se sua percepção pelo mundo alterada perante a resposta. Aquele alicerce moral é abalado perante tanta insignificancia. Realmente, será que valerá mesmo a pena acreditar na fantasia da justiça?
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