E de repente você se encontra entre tantos rostos conhecidos, mas que não são íntimos. Os nomes lhes são familiares, as vozes lhe lembram dos diálogos passados, e na verdade você nada sabe daqueles supostos amigos. Passam por você, lhe abraçam, mas não te conhecem. Dizem que sentem saudades, mas você não crê. A mente começa fervilhar resgatando antigos planos, antigas idéias, vasculhando lembranças que lhe indique o motivo de um dia te-los chamados de amigos. Nada lhe ocorre. Você não faz parte daquilo, foi simplesmente plantado entre aquelas pessoas na tentativa de parecer mais humano. A verdade é que tudo aquilo lhe é estranho, desconfortável. Todas as perguntas que responde lhe soam muito frágil, carente de verdade. Mas você esta ali, a procura de qualquer ligação, a procura de atenção, a procura da humanidade que você perdeu. E nada encontra de verdadeiro. Perdido, você simplesmente sustenta aquela relação frágil de uma amizade amparada pela frase “eu também senti saudades.” Tanta mentira, porque não se tem saudades daquilo que nunca experimentou.
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