sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Nossa mortalidade

Não sei o que é mais difícil, se saber com certeza que a morte se aproxima, ou ser pego de surpresa!

Quando quem amamos é diagnosticado e já desenganado, e sabemos que o fim realmente irá acontecer, sentimos uma sensação de impotência, revolta. Bate uma tristeza. O sentimento é indescritível. Mas passamos a lidar com essa realidade.

Sabemos que a morte chegará e nada do que façamos poderá evitá-la.

Somos criados acreditando que tudo deve seguir uma ordem natural. Somos até preparados e sabemos do nosso futuro fim, mas nem por isso a vida e a despedida fica mais fácil. Nem por isso é menos doloroso.

Sabemos que é o curso natural da vida, mas ver, assistir alguém se definhando até o termino é a pior das sensações mundanas que se pode experimentar.

A impotência em não conseguir aliviar a dor e o sofrimento é pior do que saber que se vai morrer.

O desespero realmente acontece quando já não rezamos mais pra o alivio da dor. O desespero se torna gigante quando rezamos por um fim próximo. Um fim que possa parecer mais digno!

Essa dor é a mais pura prova da nossa incapacidade em admitirmos nossa fragilidade humana. Em admitirmos nossa mortalidade!



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