Final de semana com feriado à vista.
Dias de folga significam apenas uma coisa: fantasmas na cidade.
Com os velhos atores de volta ao palco, os esqueletos saem do armário. Sentam-se à mesa. Mostram a face e exigem a retirada das mascaras.
O mestre de cerimônia media os monólogos, cede à ordem e sentencia o castigo.
Palavras cortantes e demoníacas expelidas daquelas bocas tão amordaçadas ferem o ego de quem ousa mentir. Ferir é a exigência.
Todo o gás é expulso do pulmão pelo grito.
Lagrimas e xingamentos lançados nos corpos de quem quer manter-se oculto.
O cicerone domina todo o picadeiro. Atua e exige atenção. Decreta que os esqueletos se mostrem e se esfolem enquanto os fantasmas assistem ao espetáculo.
O cerrar da cortina só ocorre após o êxtase da dor e a apoteótica queda do orgulho.
Então, a carne da face é coberta novamente pela mascara.
Vestindo a famosa mordaça os fantasmas excêntricos são guiados a sua velha rotina.
Os esqueletos regressam ao armário.
A dor expurgada é aliviada pelo perfume do esquecimento.
Até o próximo feriado!
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