Aos 17, conheceu o amor. Mas também experimentou a dor do desprezo.
A menina que tocou os lábios daquele menino quando ainda eram bons amigos, há exatos dois anos atrás, sentia agora, todo o peso que era amar alguém muito próximo.
É bem verdade que, adorava te-lo a todo momento por perto, mas, era também péssimo não poder sentir aquela pele a todo instante.
Aquela proximidade modelada em distancia tirava-lhe o sono.
Amar com tanto platonismo era pesado demais para quem tinha seus 17 anos.
Era muita emoção para pouca ação!
A menina sentia o perfume de muito perto.
Sentia o sorriso de muito perto.
Sentia o arrepio a todo instante.
E sentia o ciúme com muita proximidade.
Proximidade incomoda e má conselheira.
Ter que dividi-lo com o mundo era o fato mais ilógico e incompreensível que ela carregava na mente e no coração.
A menina nunca conseguia entender o porquê ele tinha que conviver com outras, e tantas outras, que não eram ela, mas que eram muito mais belas, e o tocavam de tantas formas que ela jamais conseguiu tocá-lo.
Era dor cortante. Visceral.
Um amor regado a lagrima.
Ela tinha vontade de prendê-lo dentro do seu quarto para nunca dividi-lo com qualquer que fosse.
Queria poder apreciar aquele sorriso, aquela fala, aquelas idéias, sem medo de te-lo roubado.
Ela queria poder invadir os pensamentos dele e expulsar as miragens que o afastavam dela.
Ela só queria que ele olhasse para ela. Ela só queria que ele descobrisse que com 17 anos era possível ter encontrado a alma gêmea.
Ela queria que o menino declarasse o mesmo amor que ela guardava a sete chaves naquele diário. Ela queria que o amigo fosse o namorado.
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