O máximo que aconteceu foi aquela dancinha coladinha. O corpo no corpo. A boca pronta pra beijar. Mas foi só isso. Apenas ensaio. Sem execução do desejo. Nada mais que vontade.
Apenas aquela vontade que pulsava. E que vontade! E como pulsava!
Queria muito, mas quando o sujeito não corresponde fica-se no nada aconteceu. E era apenas essa resposta que ela forneceu.
- Nada aconteceu!
Ela pensou em toda a vontade que nasceu naquele corpo no corpo enquanto era inquirida pelo namorado. Perdeu-se no olhar negro da noite passada enquanto o rapaz se descabelava pelo eco do nada aconteceu. Duvidava dela. Mas preferia realmente escutar nada aconteceu.
Ela gostava de vê-lo perder o eixo e a tranqüilidade. E gostava de trazer o ciúme entre eles. Gostava das outras sensações de corpo no corpo. Gostava de provocar vontades. Gostava de repetir que nada aconteceu. Gostava de fingir que nada aconteceu.
Dentro dela, tudo sempre acontecia.
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