Esbarrar pelas ruas com faces conhecidas é o resumo de qualquer vida pós-universitaria.
É entre os intervalos que conduzem aos compromissos que surgem diálogos de esquina e declarações de antigas amizades. Quase sempre a reunião do acaso se resume no: Mas quanto tempo! E o que você está fazendo dá vida? Dentre outras exclamações tão comuns nesses tipos de encontros.
É entre a resposta e o olhar inquisitivo do antigo colega que vem a vergonha.
Como explicar para aquele fulano de outras farras que você decidiu prolongar um pouco mais a vida universitária? Como fazê-lo entender que aquela paixão por mesa de boteco se arrastou até a vida adulta? Como não perturba-lo com o fato da soneca pela tarde ainda existir e o vicio pela sessão da tarde perdurar? Como assumir que faz parte da estatística de brasileiros que carregam ao lado do nome o título desemprego?
Se você conta o que realmente tem feito, você assume definitivamente que sua vida é e está uma merda. Portanto, não resta alternativa. A saída menos humilhante é a mentira. Então com a maior cara de pau diga que quase não tem tempo de tanto que trabalha! Esquive-se de qualquer resposta que possa lhe entregar, combina um chopinho pra colocar o papo em dia, e declare que já está atrasado para "aquele" compromisso.
Tem resposta que, mesmo sendo difícil, ao usar de criatividade transforma-se no escudo perfeito para grandes fracassados.
c ai u o a vi ã o . ..
ResponderExcluirnão há fracasso onde há qualquer expressão viva e honesta de criatividade, pelo menos eu acho
mas também acho que certos pequenos vícios são pesadas correntes que aprisionam a nossa alma
amor, drogas e poemas'n roll: