quinta-feira, 27 de março de 2008

Crescendo Juntos

A infância como melhores amigos.
Sempre amigos.
Confidentes um do outro.
Unidos pela mesma historia. Rodeados pelas mesmas pessoas.
Parceiros na melhor mentira, nas melhores idéias. Parceiros da vida.
O menino e a menina cresceram juntos.
Vizinhos dividindo o mesmo mundo. O mesmo espaço. Respirando o mesmo ar e tocando o mesmo céu.
Dividiram as alegrias. As tristezas. Os sucessos. As derrotas.
Dividiram a mesma emoção.
Crescendo juntos, o menino e a menina tornaram-se únicos.
Somaram-se e fundiram-se na sensação mais plena que poderia ser alcançada. Transbordaram em desejo toda a amizade.
Alcançaram o amor na forma mais pura.
O menino e a menina criaram um laço invisível. Um laço que parecia perfeito e inviolável.
Usaram do amor a única vertente da verdade.
Combateram todos os vilões. Todas as tempestades.
O menino e a menina lutaram. Tentaram. Mas não resistiram às crateras emocionais e às lacunas do dialogo.
Não resistiram às intempéries alheias.
Capitularam em um janeiro muito quente.
O laço que parecia perfeito se desfez tão facilmente. O amor cedeu seu espaço à inveja, a magoa, ao desprezo.
O menino e a menina ficaram com a impressão de que era mentira. Mentira que um dia cresceram juntos. Mentira que um dia dividiram a mesma emoção. Mentira que perderam toda aquela sensação. Parecia mentira aquela derrota.
Com o fim da batalha, e incrédulos, perceberam que a única verdade seria que em outros dias futuros a historia seguiria com outros personagens.
O menino e a menina agora dividem a separação, o silencio, o orgulho.
O menino e a menina compartilham a mesma amnésia. Esqueceram-se o que significou crescerem juntos.

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