Uma coisa que sempre valorizei em minha vida são os meus amigos. Sempre procurei colocá-los em primeiro plano, antes mesmo de emprego, dinheiro, e compromissos.
E quando digo amigos, amizades, quero dizer àquelas pessoas que sabem da minha vida, que estão ao meu lado, que vivem e se relacionam há anos comigo. Quero dizer, amigos mesmo, e não colegas, não conhecidos, mas pessoas que apenas pelo olhar me dizem tudo e mais um pouco, pessoas que eu conheço o pior e o melhor.
Tenho poucos amigos. E não reclamo, porque eles, mesmo em menor numero, superam qualquer quantidade em se tratando de qualidade.
Mas ultimamente tenho me arrependido profundamente de ter acreditado tanto, confiado tanto, valorizado tanto algumas amizades.
Em especial e particularmente em relação a uma “amiga” que já dividiu segredos e historias ao longo de 13 anos comigo.
Ultimamente percebo uma ponta de fragilidade na nossa amizade.
Um certo momento de definição do que representamos uma à outra.
Ela tem demonstrado uma ingratidão à nossa amizade. E sinceramente, não consigo entender o porquê.
Essa pessoa se casará em setembro. E já fui informada que a cerimônia e a festa serão para os mais íntimos, alguns poucos amigos e, familiares. De tal forma, não serei sequer convidada. Isso foi me dito da forma mais delicada o possível.
Ora, então eu não sou intima e não faço parte dos poucos amigos?!
Meu espanto foi tanto que nem resposta consegui dar. Fiquei sem palavras, sem reação.
Imagine uma amizade que já dura há 13 anos. Onde os encontros se espaçaram apenas em virtude da falta de tempo e de namorados. Mas onde os contatos como telefonemas, trocas de emails ainda são constantes. Alem é claro da conversação diária pelo MSN.
Imagine uma amizade que nasceu no colégio e se arrastou até hoje.
Imagine uma amizade onde uma defende a outra. Onde o desafeto de uma é o desafeto de outra.
Imagine uma amizade onde uma sempre reservava um espaço no carro do carona para a outra. Ou um desvio no caminho apenas para uma carona à amiga.
Uma amizade onde já se chorou a falta, a união, a separação, os amores, as traições, os dissabores. Que emprestou um ombro quando necessário. Onde as palavras, os gestos e as atitudes são sempre as certas e perfeitas no momento do amparo.
Uma amizade onde todos os familiares são conhecidos pelo nome e o termo visita não existe.
Imagine uma amizade onde há sempre no final de semana um colchão a mais no quarto para depois da balada os comentários e as fofocas se arrastarem pela madrugada.
Uma amizade onde uma amiga noticia em primeira mão, não importa o horário, o melhor acontecimento da vida à outra. Onde uma torce pelo sucesso da outra, e que chora e ajuda a enxugar as lagrimas nos casos de fracasso.
Uma amizade onde uma amiga está sempre disposta a mudar os planos para atender a outra.
Imagine uma amizade repleta de cumplicidade, afeto, respeito e confiança.
Agora me responda, pode uma amiga que estudou, cresceu, evoluiu, compartilhou os piores, melhores, e alegres momentos durante a pequena soma de treze aninhos de uma vida, ser considerada outra coisa que não uma amiga intima?
Me diga se fica fácil entender, ou mesmo perdoar, essa falta e pequena indelicadeza, na exclusão de um acontecimento considerado tão importante na vida da amiga.
Seria a falta de dinheiro? Será que vale por em risco uma historia por meros punhados de dinheiro?
Ou a razão seria o noivo não gostar da amiga?
Já pensei em mil motivos. Mas nenhum que realmente justifique a falta do convite. Nenhum que valha realmente a pena para colocar em xeque a amizade de tão longa data.
Não vale a pena cultivar esse pedaço de sentimento se a via parece que segue apenas em um sentido!
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