O telefone tocando naquela tarde quente e preguiçosa de domingo jamais poderia ser anuncio de infelicidade.
Talvez fossem os amigos com convites para diversão.
Meu espanto foi tanto quando percebi que era o ex quem ligava.
Imaginei tanta coisa que até um ligeiro sorriso nasceu no canto da minha boca.
Para minha completa devastação, ouvi as palavras: O Paulo morreu.
Simples. Lacônico. Sem detalhes.
Aterrizei de cabeça em solo duro. Foi como se eu escutasse um apito agudo nos ouvidos.
Fiquei sem reação.
O tempo paralisou e tive a impressão que sugaram meu ar. Como se esvaziassem meus pulmões.
Chorei de tristeza. De raiva. De dor. De inconformismo.
Na madrugada de domingo, durante a volta da balada, um acidente de carro encerrava o ato do “menino da porta ao lado”.
Ao ver todos os nossos amigos presentes naquele momento um misto de nostalgia e revolta se apossou do meu coração.
Saudades daquela época. Daquelas historias. Daquelas pessoas.
Revolta. Incredulidade.
Os por quês dançavam em minha cabeça fazendo-a latejar ainda mais.
A saudade chicoteava fazendo as lagrimas nascerem.
Lagrimas que são usadas como um brinde de adeus. Que simboliza nossa pequena e mais honesta homenagem.
Nesse inevitável e ultimo adeus entreguei minhas lagrimas ao Paulo.
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