segunda-feira, 10 de março de 2008

Meu adeus

O telefone tocando naquela tarde quente e preguiçosa de domingo jamais poderia ser anuncio de infelicidade.

Talvez fossem os amigos com convites para diversão.

Meu espanto foi tanto quando percebi que era o ex quem ligava.

Imaginei tanta coisa que até um ligeiro sorriso nasceu no canto da minha boca.

Para minha completa devastação, ouvi as palavras: O Paulo morreu.

Simples. Lacônico. Sem detalhes.

Aterrizei de cabeça em solo duro. Foi como se eu escutasse um apito agudo nos ouvidos.

Fiquei sem reação.

O tempo paralisou e tive a impressão que sugaram meu ar. Como se esvaziassem meus pulmões.

Chorei de tristeza. De raiva. De dor. De inconformismo.

Na madrugada de domingo, durante a volta da balada, um acidente de carro encerrava o ato do “menino da porta ao lado”.

Ao ver todos os nossos amigos presentes naquele momento um misto de nostalgia e revolta se apossou do meu coração.

Saudades daquela época. Daquelas historias. Daquelas pessoas.

Revolta. Incredulidade.

Os por quês dançavam em minha cabeça fazendo-a latejar ainda mais.

A saudade chicoteava fazendo as lagrimas nascerem.

Lagrimas que são usadas como um brinde de adeus. Que simboliza nossa pequena e mais honesta homenagem.

Nesse inevitável e ultimo adeus entreguei minhas lagrimas ao Paulo.

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